Muitos empresários acreditam que “um dia vão construir a cultura organizacional da empresa”. Mas aqui vai uma verdade direta: a sua empresa já tem uma cultura. Mesmo que você nunca tenha pensado nisso.
A cultura está nas entrelinhas, nos comportamentos que se repetem, nas atitudes que se toleram, nos líderes que você promove e nas conversas que acontecem nos corredores. Ela se revela não no discurso, mas no dia a dia. É como um sistema operacional invisível, que orienta a forma como sua equipe trabalha, decide, atende e se comporta.
E o que poucos percebem é que essa cultura pode ser sua maior força… ou seu maior sabotador de resultados. O que está por trás das metas não batidas? Muitas vezes, é a cultura.
Quando um vendedor finge que não viu a mensagem do cliente no WhatsApp, quando um líder culpa o time, mas não dá exemplo, quando o “jeitinho” passa por cima do processo bem feito… tudo isso forma e reforça a cultura da empresa.
E aí entra a provocação: será que você está cobrando resultado de um time que aprendeu, com o tempo, que cumprir processo não é valorizado, que esforço não é reconhecido e que a regra pode ser ignorada se o fim for bom? Nesse ambiente, nenhum método de vendas funciona. Nenhuma ferramenta de gestão se sustenta. Porque a cultura come a estratégia no café da manhã — como já dizia Peter Drucker.
A cultura não é o que você fala. É o que você tolera. Se você tolera atrasos constantes, você ensina que horário não é importante. Se você tolera vendedores que não alimentam o CRM, você ensina que o processo não importa. Se você premia apenas o resultado, mesmo que a forma seja questionável, você está dizendo que os meios não importam.
Cultura é construída todos os dias — e principalmente nos momentos em que você decide o que vai ou não aceitar. Cultura não se impõe. Se inspira, se vive e se replica.
Muitas empresas tentam resolver isso colocando valores bonitos na parede. Mas a equipe não ouve o que está escrito. Ela assiste o que o líder faz. Por isso, cultura organizacional começa pela liderança. É o líder que dá o tom. Que define o que é inegociável. Que mostra o que importa.
Quando o líder vive o que prega, a equipe se alinha. Quando ele não vive, não adianta cobrar. A empresa vira um palco de incoerência.
É sobre isso que vou falar no CBTD 2025. Fui convidado para ser palestrante no CBTD 2025, o maior evento de desenvolvimento humano da América Latina. E o tema que vou abordar é direto: “Cultura que Vende: como criar um ambiente onde pessoas entregam mais, com menos desgaste.”
Porque cultura não é apenas um diferencial. É o alicerce invisível de toda performance duradoura. É ela que forma ou destrói times de alta performance. É ela que define se a sua empresa vai crescer com estrutura ou viver no caos disfarçado de movimento.
Se você é empresário, líder ou atua em RH, essa conversa é inadiável. A pergunta que deixo é simples: a cultura da sua empresa está formando um time campeão — ou apenas sobreviventes do mês?
*Palestrante CBTD 2025 | Empresário, Consultor e Especialista em Cultura, Liderança e Venda